segunda-feira, setembro 22, 2003

O BASTONÁRIO E A JUSTIÇA

Numa altura em que a Justiça e os processos que utiliza são questionados em função do efeito que têm no Processo da Pedofilía, o que é a pior maneira de reflectir sobre o assunto, o Dr. Miguel Júdice, ilustre Bastonário da Ordem dos Advogados, depois de pedir contenção nas intervenções públicas, vem agora defender a tese de que as escutas telefónicas só deveriam ser permitidas se estivessem reunidas provas suficientes para a aplicação de medidas de coacção. Isto em nome da protecção dos direitos individuais.
A polémica instalou-se com artigos a favor e contra.
Não sou jurista e tenho pela figura pública que é o Dr. Miguel Júdice o maior respeito e consideração. Mas, neste caso, estou em total desacordo com a sua tese. Compreendo-a, mas penso que os direitos de cada um de nós não podem ser usados para dificultar investigações sobre crimes graves, que se internacionalizaram nos últimos anos, funcionando em rede com os meios mais sofisticados.
Pessoalmente, abdico dos meus se isso puder contribuir para combater crimes que podem afectar direitos humanos, como é o caso da Pedofília e da Droga.
Nesta questão, como em muitas outras, as posições radicais podem ter efeitos perversos.

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