quinta-feira, janeiro 27, 2005

OUTRAS CULTURAS...

“........Il y a encore pleins d'exemples comme ça qui montrent qu'il faut éviter d'interprétater trop rapidement les choses avec sa propre culture, sans chercher à comprendre. L'exemple qui frappe le plus est le dollar américain. Par manque d'histoire, les Américains utilisent le dollar comme une notion de mesure. Tout se mesure en dollar. Par exemple si vous dites aux Américains que ce tableau est de Picasso. Pour un Français ça a de la valeur. Mais pour un Américain, ça ne veut rien dire. En revanche si vous dites que c'est un tableau de 2 millions de dollar, alors là l'américain comprend sa valeur. En France, on voit ça de mauvais oeil et on pense que les américains sont des gens vénaux, ce qui est faux parce qu'il y a autant de français vénaux que d'américains...”.
(comentário de um jovem estudante chinês num blogue de um repórter francês sobre a ausência de democracia na China)

terça-feira, janeiro 18, 2005

QUALQUER DIA ZANGO-ME

O senhor Presidente da República lançou recentemente um desafio aos políticos dizendo que é absolutamente necessário aplicar um programa corajoso de medidas de contenção orçamental e equilíbrio das nossas contas públicas.
Poucos dias depois, o mesmo Senhor Presidente da República embarca para a China com uma gigantesca comitiva de uma centena de empresários, numa iniciativa alegadamente destinada a internacionalizar a economia portuguesa !!!!
1º. Nos últimos 20 anos, a maior parte (se não a totalidade) dos empresários embarcados já viajou para a China inúmeras vezes, integrados noutras comitivas governamentais, sem quaisquer resultados relevantes.
2º. É óbvio que as barreiras são mais do que muitas: a distância, a língua, a cultura.
3º. Em qualquer caso, todos eles têm recursos mais do que suficientes para viajarem à sua custa se ainda desejam conhecer melhor a realidade daquele País.
4º. Não é com viagens turísticas e em grandes grupos que se internacionaliza seja o que for.
5º. Não me lembro de iniciativa tão grandiosa de qualquer outro país europeu.
Nestas circunstâncias, lastimo que o Senhor Presidente da República tenha decidido (e os senhores grandes empresários tenham aceitado sem pudor) viajar à minha custa ...(isto é, dos impostos que pago).
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Face à ligeireza com que gastam o meu dinheiro, qualquer dia zango-me...

sexta-feira, janeiro 14, 2005

ANTIGAMENTE

Antigamente, e em tempos não muito longínquos, os psicólogos tratavam as pessoas desequilibradas numa sociedade equilibrada. Hoje em dia, sucede o contrário.
Vem isto a propósito de um caso contado por um psicólogo num programa de televisão. Um casal seu amigo lamentou-se de que a filha regressava da escolinha, especialmente aos fins de semana, com o rosto triste e eles não encontravam para isso qualquer explicação. Pediram o seu apoio.
Depois de estudar o caso, o psicólogo chegou à conclusão de que na escola havia muitas crianças com os pais separados, que já se haviam adaptado perfeitamente à situação e tiravam dela todo o proveito.
Entre si, comentavam se naquele fim de semana iam para casa do pai ou da mãe e o que tencionavam conseguir do progenitor(a) e, até, do novo namorado(a) de ambos, num efeito multiplicador de orçamentos, impossíveis de obter num casal normal.
A criança em causa sentia-se deslocada no meio e desfavorecida pelas circunstâncias.
.....................
No fim, perguntava o psicólogo aos telespectadores: como vou explicar aos pais que o problema deles é serem um casal normal?


quinta-feira, janeiro 13, 2005

DEZOITO MESES

Pitigrili, que foi um autor irónico e mordaz com quem contactei na minha juventude, dizia que os políticos nos primeiros seis meses de poder governam-se a si, nos seis meses seguintes tratam da família e nos outros seis dos amigos.
Só depois começam a governar o País.
Com este ritmo, é extremamente recomendável que os mandatos sejam cumpridos até ao fim... para que se possa tirar deles qualquer proveito.
Infelizmente, não é o que acontece em Portugal.
Mesmo sem grande justificação, encurtam-se os períodos de legislatura. É preciso aproveitar !!!
Daí que pouco sobra para o País....

domingo, janeiro 02, 2005

A ÁRVORE DE NATAL

A minha neta Joana vive com os pais em Évora e vem de vez em quando passar uns dias com os avós a Carcavelos, o que ela adora e nós também.
A Joana tem 4 anos, acabados de fazer, e é muito especial. Tem uma grande vivacidade, uns olhos verdes lindos, uma grande inteligência e uma forte ligação à sua avó Lena. A relação entre as duas é muito forte. Adoram-se mutuamente e passam o tempo todo a declará-lo, com grandes e prolongados abraços e muitos beijos.
A Joana é também muito comunicativa e exprime-se com facilidade e clareza.
Quando vem a Carcavelos a sua alegria é grande, pois está sempre com saudades da sua avó, que os telefonemas não conseguem apagar.
Neste Natal, como sempre, veio com os pais e o seu irmão Tiago, passar uns dias connosco.
Para além dos festejos habituais, com o Natal a bater à porta e a distribuir os desejados brinquedos, havia um programa diferente. Ir à noite ver as iluminações na baixa e, principalmente, o que era suposto ser o ponto alto do programa, a gigantesca árvore de Natal construída em Belém e que se diz ser a maior da Europa.
Assim fizemos na noite de 26. Em dois carros, pais avós e netos foram a Belém, onde estacionámos para melhor apreciarmos a árvore, que é de facto impressionante pelas dimensões e pela beleza da iluminação.
A Joana olhou para a árvore e disse: é bonita, mas não é a minha favorita.
Então qual é, perguntámos-lhe.
Eu digo quando formos para casa, respondeu.
..........
À entrada de Carcavelos, na última rotunda, há uma modesta e pequena árvore de Natal, bonita mas muito simples e pouco iluminada.
A Joana disse então: esta é a minha favorita.
Porquê? Perguntámos.
Porque quando vimos de Évora e chegamos aqui eu sei que estamos perto da casa da minha avó.