sexta-feira, julho 02, 2004

GALERIA DE NOTÁVEIS (a minha)

Desde que o direito de escolha existe, tenho votado PSD.
Sou admirador do Dr. Sá Carneiro, do Prof. Cavaco Silva e de algumas outras personalidades que se têm distinguido na vida pública nacional pela clareza dos seus ideais e princípios, pela honestidade e rigor dos seus comportamentos, e pela subordinação dos interesses pessoais ao interesse público.
Nos últimos dois anos acrescentei mais um nome à minha galeria de notáveis: o da Ministra das Finanças Drª. Manuela Ferreira Leite.
Não tenho com ela, nem com qualquer pessoa das suas relações, qualquer ligação, pelo que o meu sentimento é genuíno e autêntico.
Com o seu programa de equilíbrio das finanças públicas, sem o qual não é possível transformar e modernizar o País, a Drª. Manuela Ferreira Leite enfrentou, praticamente sozinha (e de uma forma completamente desinteressada), as consequências mais negativas que no imediato têm afectado os portugueses mais desprotegidos.
Com a força das suas convicções, enorme competência e grande coragem tem realizado um trabalho excepcional que as futuras gerações não deixarão de registar.
Competente, honesta, trabalhadora e dedicada exclusivamente à Causa Pública é como eu vejo esta Senhora notável.
Trata-se de um caso de excepção num País onde é fácil encontrar todo o tipo de corrupção (a todos os níveis), em que os políticos pensam em primeiro lugar nos seus interesses pessoais ou corporativos e em que o dinheiro dos contribuintes é esbanjado sem pudor nem receio.
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Compreendo o sentimento de hostilidade que grande parte da população lhe dedica, mas não compreendo a falta de solidariedade que os seus pares no PSD têm demonstrado, nem a aparente satisfação com que a vêem partir, sem uma palavra de agradecimento e de apreço.
Foi com tristeza e revolta que a vi ontem, na televisão, deixar a sede do PSD sozinha, cabisbaixa, acompanhada por dichotes de pessoas com microfones e câmaras de filmar.
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Considero também lamentável que a comunicação social tenha ignorado completamente a (implícita) homenagem que lhe está já a ser prestada pelas elites mais responsáveis deste País, a começar pelo Senhor Presidente da República, ao considerarem como fundamental a manutenção da política de rigor e de contenção orçamental pela qual se sacrificou e pela qual tem sido injustamente criticada.


quinta-feira, julho 01, 2004

CARTEIRA EM PERIGO

Ao trocar o cargo de 1º. Ministro de Portugal pelo de Presidente da Comissão Europeia, o Dr. Durão Barroso não enquadrou a sua decisão no campo dos princípios morais e éticos que parecia defender.
Abandonou um projecto de dimensão nacional com impacto no futuro do País.
Abandonou os seus ministros e colaboradores, a quem, ao que parece, não informou em devido tempo nem deu quaisquer explicações.
Abandonou aqueles que em si votaram e acreditaram.
Abandonou o Partido à sua sorte.
Tomou todos por parvos, limitando-se a afirmar que o País só terá a lucrar.
Felizmente, não chegou ao ponto de dizer que lhe devemos agradecer.
Como consequência imediata Portugal irá para eleições gerais, que o PS certamente ganhará, após o que fará aquilo de que tanto gosta: gastar o dinheiro dos contribuintes sem olhar para o fundo do saco.
A alternativa, pouco viável, será a de ser o PSD a indicar um leader que já é aclamado por muitos que também se preparam para o assalto ao orçamento.
Em ambos os casos vejo a minha carteira em perigo....

Penso que nunca, em tempo algum, alguém terá contribuído tanto para o desprestígio do PSD que vai certamente ser pulverizado nas urnas.


TRAIÇÃO

Há cerca de dois anos dei o meu voto ao PSD e ao Dr. Durão Barroso. Fi-lo com convicção e alguma alegria porque o Dr. Durão Barroso se propunha:

a) governar com rigor para corrigir o excessivo endividamento do País e dos portugueses, de forma a criar condições de desenvolvimento para o futuro;
b) realizar reformas estruturais para dar maior flexibilidade e polivalência à capacidade produtiva dos portugueses;

O Dr. Durão Barroso pediu sacrifícios e prometeu governar sem pensar nas próximas eleições, pois sentia a responsabilidade histórica de dar um contributo decisivo para a modernização de Portugal.

Dois anos depois, a meio do seu mandato, sem ter concluído o seu trabalho e encontrando-se o País numa encruzilhada crucial entre os sacrifícios já feitos e a não certeza dos seus resultados, o Dr. Durão Barroso vira a costas e emigra.

Por muito legítima que seja a sua opção, a verdade é que deixa o barco à deriva...

Seria impensável a qualquer general abandonar as suas tropas no meio da batalha e ficar indiferente à sorte da população.

Na ética castrense seria traição.