segunda-feira, fevereiro 28, 2005

SE... (de Rudyard Kipling)

Se podes conservar o bom senso e a calma
Num mundo a delirar, para quem o louco és tu.
Se podes crer em ti com toda a força da alma
Quando ninguém te crê. Se vais faminto e nu
Trilhando sem revolta um rumo solitário.
Se à torpe intolerância, se à negra incompreensão,
Tu podes responder subindo o teu calvário
Com lágrimas de amor e bençãos de perdão.
Se podes dizer bem de quem te calunia,
Se dás ternura em troca aos que te dão rancor
Mas sem a afectação de um santo que oficia,
Nem pretensões de sábio a dar lições de amor.
Se podes esperar sem fatigar a esperança,
Sonhar, mas conservar-te acima do teu sonho,
Fazer do pensamento um arco de aliança
Entre o clarão do inferno e a luz do céu risonho.
Se podes encarar com indiferença igual
O triunfo e a derrota, eternos impostores!
Se podes ver o bem oculto em todo o mal
E resignar sorrindo ao amor dos teus amores.
Se podes resistir à raiva e à vergonha
De ver envenenar as frases que disseste
E que um velhaco emprega eivadas de peçonha
Com falsas intenções que tu!... jamais lhe deste!
Se podes ver por terra as obras que fizeste,
Vaiadas por malsins, desorientando o povo,
E sem dizeres palavra e sem um termo agreste
Voltares ao princípio para construir de novo.

Se puderes obrigar o coração e os músculos
A renovar um esforço há muito vacilante,
Quando no teu corpo já afogado em crepúsculos
Só exista a vontade a comandar – Avante!
Se vivendo entre o povo és virtuoso e nobre,
Se vivendo entre os reis conservas a humildade
Se inimigo ou amigo, poderoso ou pobre,
São iguais para ti à luz da eternidade.
Se quem conta contigo encontra mais que a conta,
Se podes empregar os sessenta segundos
De cada minuto que passa em obra de tal monta
Que o minuto se espraia em séculos fecundos.
Então, ao ser sublime o mundo inteiro é teu!
Já dominaste os reis, os templos, os espaços,
Mas ainda para além um novo sol rompeu
Abrindo o infinito ao rumo dos teus passos.
Pairando numa esfera acima deste plano
Sem recear jamais que os erros te retomem,
Quando já nada houver em ti que seja humano,
Alegra-te meu filho... Então serás um HOMEM!

segunda-feira, fevereiro 21, 2005

DIRECTAS JÁ

José Pacheco Pereira, que no PSD é uma referência de inteligência, coragem e frontalidade, escreveu no jornal O Publico e publicou no seu blog “abrupto.blogspot.com” o seguinte:
“......Se se pretende renovar o PSD, depois de 20 de Fevereiro, dever-se-ia lutar não apenas por um congresso extraordinário mas por um processo que implicasse uma demissão colectiva de todas as estruturas distritais e eleições simultâneas para essas estruturas pelo método das directas em conjunção com a escolha de delegados para o Congresso. Não é impossível de fazer com os actuais estatutos, e daria um abanão a todo o partido, fazendo participar o maior número de militantes numa escolha que irá ser decisiva para a sobrevivência do PSD como grande partido nacional.”
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"Boa !!!", como diriam os meus netos...

sexta-feira, fevereiro 18, 2005

MAIS LONGE...

A redução do peso do Estado na economia e na vida do País, condição essencial para um aumento de eficiência e de produtividade, está cada vez mais longe.
A esquerda vai ter uma larga maioria na Assembleia e não vai permitir a revisão da Constituição, no sentido de a aproximar do que são hoje os modelos europeus.
Ao orçamento vai ser exigido mais e mais. Todos vão querer a sua fatia, alargada, se possível.
Os que sustentam o sistema com os seus impostos têm dias negros pela frente.

quarta-feira, fevereiro 16, 2005

JÁ DEU PARA ENTENDER...

A população portuguesa pode ser dividida em dois grandes grupos: os que pagam impostos e os que vivem à custa deles.
A sorte das eleições vai decidir-se no confronto entre ambos, sendo certo que existem 4,5 milhões de portugueses que se sentam à mesa do orçamento, pelas mais variadas razões (funcionários públicos e respectivos agregados familiares, pensionistas, reformados, desempregados, fornecedores do Estado, empreiteiros, construtores, comerciantes, industriais, etc, etc.).
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Nesta fase da campanha eleitoral, permanece ainda alguma confusão entre os propósitos dos vários partidos no que respeita à maioria das questões que preocupam o País. Mas já deu para entender que o PS continua interessado em intervir em tudo e mais alguma coisa.
E um Estado interventor é um Estado despesista........
Todos aqueles que pagam impostos e seguem a aplicação dada ao seu dinheiro sabem que o Estado não é uma organização eficiente. Pelo contrário. Gasta muito e investe mal. Por esse motivo, é aconselhável que reduza a sua dimensão e as suas intervenções.
A maior parte dos problemas actuais, da Educação à Saúde, do Trabalho à Segurança Social (e outros) serão melhor resolvidos pelo sector privado.
Reduzir a dimensão do Estado é a única via para pagar menos impostos, libertando os orçamentos familiares para as opções que cada um queira fazer com o seu dinheiro.