terça-feira, janeiro 18, 2011

AS ELEIÇÕES PRESIDENCIAIS

As eleições presidenciais estão a chegar ao fim e no próximo domingo será eleito um novo presidente ou, se for esse o caso, teremos uma segunda volta.

De qualquer forma pode desde já tirar-se a conclusão de que os candidatos se empenharam arduamente em venderem-se a si próprios e em destruir a imagem dos seus adversários, num vale tudo cheio de violência verbal e vazio de ideias.

Foi ignorado completamente o desejo que todos os portugueses têm de conhecer com alguma transparência e sem demagogias o estado em que se encontra o nosso País e as medidas difíceis que inevitavelmente terão de ser tomadas.

Nenhum quis abordar esse tema com medo de perder popularidade.

Nenhum fez a diferença.

Prevaleceu o interesse pessoal.

Aos portugueses apenas foi pedido o seu voto.

…………

O País deve estar frustrado e isso irá provavelmente reflectir-se numa abstenção elevada.

FMI – Sim ou não ?

Uma das grandes polémicas da actualidade nacional em Portugal gira à volta da eventual vinda do FMI e isso é bom ou não para o País e para os portugueses.

Nesta altura todo o patriota que se preze tem de ser contra e tem de afirmar com voz convicta que somos capazes de nos governar e não precisamos que nos venham dizer o que temos de fazer. O que não é inteiramente verdade,

porque se, de facto, todos sabemos mais ou menos as medidas que devem ser tomadas, pelo menos no que respeita à eliminação de custos desnecessários ou inúteis, ninguém dá sinal de ser capaz de as pôr em execução.

E o tempo vai passando…e a situação vai-se agravando, sem se saber ao certo o que nos espera.

Por alguma razão já os romanos, quando se referiam aos Lusitanos, diziam que era um povo que não se governava nem se deixava governar.

Penso que a História e a nossa ideocracia como povo explicam a situação em que nos encontramos e deixam antever que só em última instância aceitaremos a vinda do FMI.

A primeira barreira já foi levantada: a do orgulho pátrio.

Se esta for vencida, levantar-se-ão outras por parte daqueles que não querem abdicar do poder de decidirem sozinhos sem intervenções alheias.

O drama disto é que os doentes que resistem a procurar o diagnóstico de um médico com a ideia de que não têm nada ou que sabem o que têm, acabam por fazê-lo em última instância, sujeitando-se então a um tratamento mais doloroso e traumatizante e a uma recuperação mais demorada.

Todos nós sabemos que na doença a melhor via é a da prevenção e quando esta não existiu a do tratamento o mais cedo possível.

Quanto mais tarde pior.