sexta-feira, julho 15, 2005

O FMI NO MEU PRÉDIO

Tenho acompanhado a saga dos casais do meu prédio, em que as senhoras, responsáveis pela gestão dos orçamentos familiares, com verbas insuficientes para cobrirem as despesas, resolveram seguir o exemplo do primeiro ministro Socrates, procurando reduzir o défice sem diminuir as despesas, o que as levou a exigirem aos maridos um aumento das contribuições financeiras.
Como vimos, a reacção dos maridos foi de desagrado e de grande preocupação.
A primeira reacção era a de que o caminho mais adequado seria um esforço no sentido da redução das despesas. Mas depois de o governador do Banco de Portugal ter afirmado o contrário era difícil argumentar.
Hoje, porém, chegou-lhes um apoio inesperado.
O FMI acabou de declarar que as medidas anunciadas pelo Governo português eram insuficientes e que seria necessário actuar no lado das despesas...!!!!!!
O que irão fazer as senhoras?

quinta-feira, julho 14, 2005

OS MARIDOS NÃO GOSTARAM

Como referi anteriormente, as minhas vizinhas ficaram entusiasmadíssimas com a solução encontrada pelo Governo de reduzir o défice, sem reduzir as despesas....
O caso é que elas têm exactamente o mesmo problema e estavam a ser pressionadas no sentido de fazerem economias..
Pois bem, o Senhor Governador do Banco de Portugal, um economista de alta craveira, desempenhando um cargo de elevadas responsabilidades, nacionais e internacionais, acaba de dar razão ao Governo, dizendo que essa opção é melhor do que a de efectuar cortes nas despesas !!!!!!!.
As minhas vizinhas entraram imediatamente em acção. Reuniram em casa de uma delas à hora do chá e resolveram colocar a questão nesse mesmo dia aos respectivos maridos, exigindo-lhes o aumento da contribuição financeira para o lar. Elaboraram logo planos para evitar fugas a essa contribuição adicional, que poderiam passar por medidas extremas.
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Ao fim do dia os maridos foram confrontados com essa medida e com a respectiva justificação. Os tempos vão maus, as despesas aumentam, há que fazer sacrifícios e, portanto, a contribuição financeira para o lar teria de ser reforçada.
Os maridos não concordaram....No seu entender, havia despesas supérfluas e até inúteis que poderiam ser eliminadas. As idas à manicure, ao cabeleireiro e às massagens talvez pudessem também ser reduzidas....
Mas o esforço foi em vão...
Vivem neste momento angustiados, sem saber o que lhes reserva o futuro e receando novas penalizações.