sexta-feira, novembro 14, 2003

AMINISTIAS

Lembramos as que recentemente foram decretadas pelo Poder Político:
a) FP25;
b) viagens fantasmas dos deputados
c) médicos ligados à Bayer.
A Justiça funciona mal em Portugal.
Mas, à cautela, é sempre bom poder dispor de uma amnistia.

quinta-feira, novembro 13, 2003

SER CIVILIZADO É....

Ser civilizado é ser educado.
É admirar a natureza, a beleza, a poesia e a arte.
É respeitar as pessoas e os animais.
É saber apreciar as flores, os frutos, as árvores, as pedras e os objectos.
É gostar do asseio e da limpeza, da ordem e da pontualidade.
É aceitar as diferenças.
É atravessar na passadeira e parar ao sinal vermelho.

Ser civilizado é não odiar, não roubar, não destruir, não matar.
É não deitar lixo para o chão.
É não apagar os cigarros com a ponta dos sapatos ou deitá-los pela janela.
É não conspurcar os jardins onde brincam as crianças.

Ser civilizado é não ser agressivo, não agredir, não discutir com insensatez.
É não elevar a voz, não gritar, não tocar a buzina.
É não se drogar, não se embriagar.


Ser civilizado é amar a vida.


sexta-feira, novembro 07, 2003

EU, CONTRIBUINTE PAGADOR....

Numa tertúlia entre amigos, um dos presentes, militante socialista, defendia com veemência e muita convicção a luta dos estudantes contra o aumento das propinas por considerar:
a) que era obrigação do Estado assegurar ensino gratuito a todos os portugueses;
b) que o aumento tinha sido numa percentagem muito elevada;
c) que os estudantes tinham o direito de se manifestar, mesmo fechando a cadeado o espaço da reitoria e dos professores, porque vivíamos em democracia.
Para reforçar as suas críticas alargou o âmbito do debate, condenando a política orçamental do Governo, pois, em seu entender, o Estado devia preocupar-se menos com o défice e mais com a economia, atribuindo verbas para investimento público.
Será que estas ideias estão correctas e são socialmente úteis?
A verdade é que as vejo todos os dias escritas na imprensa e apresentadas nas televisões, por vezes com grande entusiasmo, por parte de jornalistas, repórteres e apresentadores, para além de intelectuais e comentadores.
Apesar disso, vou encher-me de coragem e dizer que penso de forma diametralmente oposta.
Assim, EU CONTRIBUINTE PAGADOR:
a) entendo que o Estado deve assegurar o básico e o essencial, na Educação como em tudo o mais (salário mínimo, subsídio de sobrevivência, assistência médica gratuita para quem não tem recursos, etc), mas não terá nunca a obrigação de pagar licenciaturas a todos os estudantes. Que dê apoios aos que necessitam, isso sim. Mas não tem a obrigação de pagar cursos superiores a quem o pode fazer de sua conta. Pela simples razão de que o Estado sou eu, um dos contribuintes deste País. E não vejo por que motivo terei de suportar com a minha reforma os estudos de pessoas que dispõem de recursos superiores aos meus e que, por vezes, até fazem gala em exibir os seus sinais exteriores de riqueza. Vou mais longe: penso que o ensino superior não deveria ser incumbência do Estado que gere mal quase tudo e essa área também. Actualmente começa a ser referido um exemplo dramático dessa má gestão com a falta de médicos resultante dos "numerus clausus" impostos durante décadas no acesso às faculdades de medicina, para proteger interesses corporativos. Tal não teria acontecido com um ensino superior privado: a lei da oferta e da procura no mercado de trabalho teria regulado a questão sem contemplações pelos interesses instalados;
b) Relativamente ao aumento das propinas, apenas achei curioso que a base da argumentação fosse centrada no aumento percentual e não no valor absoluto (bastante irrisório).
c) A ideia de que o direito dos estudantes a manifestarem-se pode sobrepor-se ao direito dos estudantes que querem ir às aulas e ao dos professores que desejam dá-las não se enquadra nos meus critérios de referência. Note-se ainda que temos visto a polícia de choque intervir contra trabalhadores que querem fechar a cadeado fábricas que vão encerrar (provavelmente as origens sociais de estudantes e trabalhadores não são as mesmas, pelo que o tratamento policial também deve ser diferente).

Quanto ao princípio de que o Estado deve investir mais para desenvolver a economia do País venho (eu, contribuinte pagador) declarar solenemente que não confio um tostão ao Estado para investir seja no que for, porque é coisa que não sabe fazer. Direi mesmo que só a alguns (poucos) dos empresários que conheço daria tal voto de confiança. A prova é que a maioria acaba por não pagar impostos e vai à falência.
Não é necessário usar lentes para ver o resultado das opções de investimento do Estado, desde os magníficos estádios de futebol em dimensão e quantidade faraónica até às auto-estradas sem portagem que ninguém sabe com que verbas vão ser conservadas.
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Finalmente, atrevo-me a propor as seguintes orientações:
a) os estudantes que não possam custear a sua formação académica devem receber bolsas do Estado e reembolsa-las com os proveitos da sua actividade profissional, ainda que a prazos longos;
a) nas manifestações públicas, incluindo as dos estudantes (nestas até por maioria de razão), não podem ser esquecidos os deveres de respeito pelas instituições e pelas pessoas;
b) o Estado deve assegurar apenas contribuições mínimas e serviços mínimos;
c) o Estado não deve fazer investimentos, assumindo antes um papel regulador da economia e controlador das leis (colectar impostos com respeito pelos contribuintes, cobrá-los, geri-los de forma socialmente útil e fazer cumprir as leis).
d) O Estado deve reduzir os impostos (para felicidade minha e dos outros contribuintes pagadores).

quarta-feira, novembro 05, 2003

QUANDO ALGUÉM GANHA ALGUÉM PERDE

A necessidade de conquistar votos como única forma de manter o poder político fragiliza o Governo e dá origem a um verdadeiro assalto ao orçamento por parte de todos os que vêem nisso a oportunidade de ganhar algum dinheiro ou de evitar algum encargo.
Infelizmente, há em Portugal muitos oportunistas.
Actualmente, estão na frente de batalha os estudantes que não querem pagar propinas. Mesmo aqueles que as podem pagar e que julgam legítimo viver (neste caso não gastar) à custa dos outros.
Mas ainda recentemente estiveram os motoristas de táxis que não queriam pagar impostos e os munícipes que pretendiam estradas gratuitas (estes apoiados com despudor pelos seus autarcas).
A lista de oportunidades e de oportunistas não teria fim.
Por cada assalto ao orçamento concluído com êxito há contribuintes que têm de pagar mais ou que perdem a oportunidade de pagar menos.
Os líderes estudantis, sindicais ou outros, que promovem essas acções, inverteram o papel de Zé do Telhado: roubam aos pobres (os contribuintes são na sua grande maioria trabalhadores por conta de outrem) para dar aos ricos (muitos estudantes vêm de classes sociais bem instaladas na vida e exibem grande facilidade em gastar dinheiro, como é o caso com deslocações do norte e do sul do País a Lisboa em autocarros que não são gratuitos).
Não consta também que fiquem sem almoçar e jantar durante esses dias.
Não consta também que deixem de ir nos seus automóveis para as universidades.
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Para clarificar esta questão seria útil passar a ensinar nas escolas que o dinheiro não cai do céu e que quando alguém ganha há alguém que perde.