segunda-feira, dezembro 27, 2004

CONCEITOS ERRADOS

Decididamente Pedro Santana Lopes priveligia um conceito errado de estar na vida política ao escolher Filipe Menezes para liderar a candidatura do PSD ao distrito de Braga.
Com isso procura votos e não homens para ajudarem a recuperar o País.

EM QUEM VOTAR

Pelo que verifico no meu circulo de familiares e amigos simpatizantes do PSD as dúvidas sobre quem votar nas próximas eleições é muito grande. Eu próprio andei à deriva durante algum tempo. Os erros cometidos pelo líder do partido e o seu caracter errático e populista, susceptível de fazerem recear a sua incapacidade para executar políticas impopulares como o estado do País exige, dão origem ao desejo de não votar, de votar no CDS ou mesmo no PS.
Receio, por isso mesmo, que o PSD tenha um resultado desastroso.
E receio que o PS, se tiver mais votos mas não for maioritário, como algumas sondagens sugerem, possa vir a aliar-se à esquerda.
O meu receio é baseado no facto de que o PS, que por natureza é avesso a políticas de contenção, tem um novo líder desejoso de se afirmar ganhando popularidade, como aliás vem revelando.
Para já não falar nos velhos barões que, tanto no PSD como no PS, já demonstraram os motivos por que andam na vida política (salvo honrosas excepções).
.........
Em quem votar ?
Penso que é necessário ir ao fundo das questões e hierarquizar valores.
Nesse caso, e independentemente dos líderes de ocasião, deve prevalecer o partido que melhor representa os valores que sempre temos defendido.
Sob pena de confundirmos as coisas.
Sob pena de não podermos voltar a afirmar que, mesmo nos momentos mais difíceis, defendemos os nossos ideais.

TUDO MAL

Em minha opinião, Pedro Santana Lopes fez tudo mal.
E, curiosamente fez tudo ao contrário do que teria feito Sá Carneiro, que diz ser a sua referência política.
Sá Carneiro não se orientava apenas pela intuição.
Agia sempre no campo dos princípios.
Creio que Sá Carneiro não teria aceite nunca chefiar um governo sob tutela expressa e vigilância declarada de um Presidente da República oriundo de uma força política cujos conceitos e objectivos não eram os seus.
Teria ido a eleições procurar a autoridade de que necessitava.
Estou certo também de que Sá Carneiro não teria aceite continuar a governar depois de o Presidente ter dissolvido a Assembleia da República, onde o seu partido liderava uma coligação representativa da maioria dos votos dos portugueses.
O seu sentido de honra não o teria permitido.
E, finalmente, estou certo de que Sá Carneiro não teria acedido a aprovar o orçamento depois de anunciada a dissolução da Assembleia.
Por respeito consigo próprio.
...............
Sá Carneiro punha os princípios morais e éticos acima de qualquer oportunismo político.
Por isso é fácil presumir o que teria feito na posição de Pedro Santana Lopes.

quarta-feira, dezembro 15, 2004

A MORAL MORA AO LADO

Diariamente, a questão do défice e as medidas tomadas (ou não) para o resolver de acordo com as exigências comunitárias são objecto de comentários, análises e artigos de opinião em que a esquerda e a direita puxam a brasa à sua sardinha, procurando ambas ficar o melhor possível na fotografia.
Mês após mês, ano após ano, discutem-se as medidas tomadas pelo Governo para a obtenção de receitas extraordinárias.
Parece até que é essa a questão principal, quando toda a gente sabe que o problema se situa no lado das despesas, pelo simples facto de que não se deve gastar mais do que aquilo que se tem.
Disso não se fala...por hipocrisia e cinismo e o povo vai-se deixando enganar.
E que pensar quando o Governo demitido não se coíbe de fazer aumentar o número dos funcionários públicos com a nomeação de ex-acessores, consultores e outros para lhes garantir vida regalada com o dinheiro de todos nós !!!!!
E que pensar quando o Presidente da República, o mais alto Magistrado da Nação, eleito pelo Povo para o representar, critica o Governo de não ser rigoroso na sua política de contenção orçamental e ao mesmo tempo, com a maior naturalidade, considera importante a aprovação do orçamento para 2005 para que os funcionários públicos sejam aumentados !!!!!!!

segunda-feira, dezembro 13, 2004

A VERDADE DESPORTIVA

Não é justo que a verdade desportiva seja alterada por uma decisão parcial de um árbitro.
Não só não é justo, como é dramático, uma vez que dessas decisões não há recurso.
Quem as profere tem um poder que vai para além das capacidades humanas, pois homem algum é infalível.
No futebol isso tem acontecido com demasiada frequência....
.........
E na política ? Que fazer quando o árbitro beneficia uma das equipas?

quinta-feira, dezembro 02, 2004

EXPULSAR OS MAUS

O que me incomoda verdadeiramente é que cerca de 35 a 40 % dos meus rendimentos salariais vão inteirinhos para o Governo em impostos directos. Isto significa cerca de 4 a 5 meses a trabalhar só para o Orçamento do Estado. Mas há mais: também pago impostos quando tomo uma bica, vou ao cinema, ao mercado, ao dentista, ao médico, quando compro um automóvel ou uma bicicleta, etc.,. São os chamados impostos indirectos. Tudo somado trabalho para o Estado oito ou nove meses no ano.
Penso que esta situação só é comparável com a da escravatura, na idade média.
O que acontece com o meu dinheiro?
Fazem novos hospitais, escolas, lares de terceira idade, estradas, pontes, comboios ou autocarros?
Não. Os que existem estão a cair aos bocados.
Lendo os jornais fica a saber-se que 80% dos impostos são consumidos em salários da Administração Pública.
Isto é: há centenas de milhares de pessoas que vivem à minha custa.
Que utilidade têm essas pessoas para mim? Atrevo-me a dizer que muito pouca. Trabalham nos hospitais de que fujo quando estou doente; nas repartições onde se tira o BI e outros documentos, onde sou obrigado a esperar longas horas e sou tratado com desdém; nas escolas onde se aprende tudo aquilo que os estudantes não devem saber; e por aí fora....
Para não falar em todos aqueles que vivem da política ou à sombra dela (e vivem melhor do que eu).
Não quero ser injusto com aqueles (talvez poucos), que existem em todas as profissões, e que se esforçam para merecer o dinheiro que ganham.
Infelizmente, os bons são sempre poucos.
................................
Veio isto a propósito do facto de o Professor Dr. Aníbal Cavaco Silva ter afirmado recentemente que a situação do País era muito grave e que era necessário que os bons políticos expulsassem os maus, enquanto é tempo. E de o Senhor Presidente da República, certamente para permitir o início desse processo de selecção, se preparar para dissolver a Assembleia da República.
A ambos o meu muito obrigado.
Mas, francamente, julgo que se torna necessária uma mobilização popular.
Ou mais própriamente: a revolta dos escravos.