quarta-feira, novembro 05, 2003

QUANDO ALGUÉM GANHA ALGUÉM PERDE

A necessidade de conquistar votos como única forma de manter o poder político fragiliza o Governo e dá origem a um verdadeiro assalto ao orçamento por parte de todos os que vêem nisso a oportunidade de ganhar algum dinheiro ou de evitar algum encargo.
Infelizmente, há em Portugal muitos oportunistas.
Actualmente, estão na frente de batalha os estudantes que não querem pagar propinas. Mesmo aqueles que as podem pagar e que julgam legítimo viver (neste caso não gastar) à custa dos outros.
Mas ainda recentemente estiveram os motoristas de táxis que não queriam pagar impostos e os munícipes que pretendiam estradas gratuitas (estes apoiados com despudor pelos seus autarcas).
A lista de oportunidades e de oportunistas não teria fim.
Por cada assalto ao orçamento concluído com êxito há contribuintes que têm de pagar mais ou que perdem a oportunidade de pagar menos.
Os líderes estudantis, sindicais ou outros, que promovem essas acções, inverteram o papel de Zé do Telhado: roubam aos pobres (os contribuintes são na sua grande maioria trabalhadores por conta de outrem) para dar aos ricos (muitos estudantes vêm de classes sociais bem instaladas na vida e exibem grande facilidade em gastar dinheiro, como é o caso com deslocações do norte e do sul do País a Lisboa em autocarros que não são gratuitos).
Não consta também que fiquem sem almoçar e jantar durante esses dias.
Não consta também que deixem de ir nos seus automóveis para as universidades.
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Para clarificar esta questão seria útil passar a ensinar nas escolas que o dinheiro não cai do céu e que quando alguém ganha há alguém que perde.

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